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Estamos vivendo uma crise que nos faz lembrar a grande recessão de 2008. Contudo, a crise do COVID-19 está relacionada à saúde e não ao setor imobiliário. Apesar de muitos dizerem ser esta uma crise igual ou pior, a verdade é que ela é passageira e algumas economias já mostram reação. O mercado imobiliário da Flórida, na medida que a economia reabre, vem apresentando números cada vez melhores.
No artigo Para onde vai a economia: onde é melhor investir, elaboramos um longo raciocínio comparando a crise de 2008 com a atual. Embora, na época em que publicamos o artigo, prevíamos uma duração menor para a pandemia, os fundamentos prevalecem. A pandemia já chegou ao fim em diversas economias da Europa e a demanda reprimida começa a mostrar sua face em diversos segmentos. É o caso do mercado imobiliário na Flórida!
O COVID-19 surgiu no ano passado, de forma repentina. O estado da Flórida, fortemente dependente do turismo, foi o que mais sofreu. A cidade de Orlando, acostumada a receber dezenas de milhões de turistas todos os anos, viu este número despencar. Tudo aconteceu muito rápido! E tudo tende a voltar de forma rápida, apesar de sabermos que alguns setores trarão sequelas e transformações permanentes.
Já a crise do Subprime em 2008 foi decorrente de diversos fatores complexos que antecederam o estouro da bolha. Foram anos e anos que o lastro dos títulos foram sendo corroídos, de forma silenciosa e lenta. As pessoas compravam casas que não podiam pagar com empréstimos a juros altos. Os mutuários não conseguiram revender as casas a um preço mais alto e os bancos se recusaram a refinanciar quando os valores das residências caíram abaixo da hipoteca, levando à exclusão em massa. Tratava-se de uma crise estrutural, colocando em cheque os fundamentos do setor imobiliário.
Setor imobiliário em Orlando aquecido, apesar da pandemia
A prova de que uma crise não tem a ver com a outra é a retomada do mercado imobiliário no centro da Flórida. O preço médio dos imóveis em Orlando subiu 7% em maio, na comparação ano a ano. O indicador mostra o mercado cada vez mais aquecido, mesmo durante a pandemia. A grande procura, por enquanto, ficou por conta do público americano.
Não fosse a suspensão dos voos do Brasil para os EUA, as vendas estariam consideravelmente mais aquecidas. O investidor brasileiro é um dos que mais compra na Flórida. Nas última semanas percebemos uma procura alta de brasileiros e latino americanos na imobiliária. Algumas compras já estão acontecendo, mesmo virtualmente, já que não é obrigatória a presença física do comprador. Tudo é feito digitalmente.
“Mesmo com o dólar alto o investidor brasileiro prefere investir em uma moeda forte, já que as incertezas políticas e econômicas no Brasil persistem”, explica Carlos Barros, consultor de investimentos internacionais. “É possível ainda uma nova valorizaão do dólar”, complementa.