Os preços dos imóveis estão em queda em boa parte dos Estados Unidos, e muitos vendedores têm reduzido valores para conseguir atrair compradores neste verão. Mas Miami está na contramão dessa tendência. Em vez de conceder descontos, os proprietários estão simplesmente retirando suas casas e apartamentos do mercado — e em uma proporção maior do que em qualquer outra cidade americana.

Já falamos aqui no blog sobre os diferentes cenários do mercado imobiliário: o “buyer’s market” (favorável a compradores) e o “seller’s market” (favorável a vendedores) – Entenda melhor neste artigo. Durante a pandemia, vimos Miami viver um dos períodos mais fortes de “seller’s market”. A procura disparou, especialmente por casas maiores e com áreas externas — afinal, todos queriam o seu espaço ao ar livre em um momento em que não era possível sair de casa. Ao mesmo tempo, muitos proprietários não estavam dispostos a vender, o que elevou ainda mais os preços.
Passado o boom da pandemia, o mercado começa a mostrar sinais de ajuste. De acordo com o relatório Monthly Housing Trends de julho de 2025, o preço mediano de listagem em Miami caiu 4,7% em relação a julho de 2024, chegando a US$ 509.950. Em paralelo, o estoque de imóveis à venda aumentou 30% no mesmo período.
Estranhamente, no entanto, menos de 18% dos imóveis listados em Miami vieram com uma redução de preço! Por que?
À primeira vista, os números de queda nas vendas e aumento de inventário podem sugerir um desaquecimento e até incentivar potenciais compradores a adotar a estratégia de “esperar mais um pouco”. Mas atenção: se você pensa em adquirir um imóvel em Miami, esse pode não ser o melhor caminho. Continue lendo para entender o que está realmente acontecendo no mercado.
O aumento do “delisting” (retirada de imóveis do mercado)
No mercado imobiliário, ‘delisting’ significa que um imóvel que estava listado à venda (no MLS ou em portais imobiliários) foi retirado do mercado pelo proprietário ou corretor.
Entender o movimento de delisting, como o que está acontecendo neste momento, é fundamental para tomar a decisão correta, já que ele vem, normalmente, acompanhado de indicadores de um suposto ‘esfriamento’ do mercado, quando, na verdade, pode estar acontecendo a formação de um ‘fundo’ no gráfico dos preços, aquele ponto estratégico em que quem compra sai ganhando.
E como saber se é um momento onde os preços atingiram o ‘fundo’?
Aqui vai um dado que chama a atenção: em junho de 2025, a média nacional de retiradas foi de 0,21. Traduzindo: a cada 100 novos imóveis listados, 21 eram retirados. Agora, sabe qual foi o número em Miami?
Nada menos que 59 imóveis retirados a cada 100 novos anúncios — mais que o dobro do mês anterior e o maior índice do país.
Esse dado não pode ser ignorado. Ele pode refletir, sim, a resistência dos proprietários em reduzir valores em um momento de aparente desaceleração. Seria mais uma ‘teimosia’ em aceitar a realidade do que de fato uma tendência de mercado. Mas, quando o indicador é tão expressivo como em Miami, o sinal é claro: estamos diante de um mercado que prefere esperar o próximo salto de valorização.
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O novo “Grande Salto” está por vir
O aumento na retirada de imóveis do mercado em Miami revela muito mais do que simples resistência em negociar preços. Ele reflete o pensamento de longo prazo dos proprietários e investidores. A cidade ainda tem muito espaço para crescer — e quem comprou recentemente está entre os mais ricos do país, pagou à vista e permanece otimista quanto ao futuro local. Diferente de outras metrópoles americanas, os vendedores de Miami são mais pacientes e financeiramente preparados, dispostos a esperar o momento certo. Muitos simplesmente amam viver na cidade e não pretendem abrir mão de seus imóveis, a menos que recebam exatamente o valor desejado.
Miami reforça essa confiança ao se consolidar como o principal destino de milionários em busca de segundas residências nos Estados Unidos, superando Nova York. O fluxo constante de pessoas e empresas vindas de estados como Califórnia e Nova York apenas intensifica essa tendência. A recente vitória do socialista democrata Zohran Mamdani nas primárias para prefeito de Nova York, com discursos radicais sobre “tomar os meios de produção”, estimula ainda mais a migração de grandes fortunas para Miami. Nesse cenário, manter imóveis na cidade a longo prazo se torna um ativo ainda mais estratégico.
Tarifas de Trump encarecerão imóveis na Flórida
Outro fator que os proprietários estão levando em consideração é o impacto direto das tarifas impostas pelo governo Trump. Estudos mostram que os custos de construção subiram cerca de 2,5% por unidade, o que representa, em média, mais de US$ 11 mil adicionados ao preço final de cada casa. Já a National Association of Home Builders (NAHB) projeta que, à medida que as tarifas forem totalmente absorvidas pelas cadeias de fornecimento, os custos podem aumentar de 4% a 10% em todo o país. Para os proprietários de imóveis em Miami, essa expectativa reforça ainda mais a ideia de que os preços irão subir — um motivo adicional para segurar os ativos e esperar o próximo ciclo de valorização.
Os números confirmam esse otimismo: no segundo trimestre de 2025, os preços medianos de casas e apartamentos estavam acima do registrado no ano anterior, e o tempo médio de venda se manteve estável. Ou seja, não houve queda significativa. Se os proprietários preferem retirar imóveis do mercado a reduzir preços, a mensagem é clara: eles acreditam em um futuro de valorização ainda maior — e estão dispostos a esperar pelo próximo grande salto.
Por que agora é um excelente momento para comprar
O mercado imobiliário de Miami atravessa uma fase de transição que abre espaço para oportunidades únicas.
Os preços já passaram por correções e hoje estão mais atrativos do que nos últimos anos. Ao mesmo tempo, as taxas de juros encontram-se em patamares favoráveis, reduzindo de forma significativa o custo do financiamento.
Para os brasileiros, há ainda um fator adicional de peso: a variação cambial. Adiar a compra pode ser arriscado, não apenas porque os preços mostram sinais claros de terem atingido o “fundo” do gráfico, mas também porque novas desvalorizações do Real frente ao Dólar são totalmente plausíveis — e isso impacta diretamente o poder de compra.
Quem entra agora aproveita imóveis em condições mais vantajosas, antes que a próxima onda de valorização consolide novamente Miami como o mercado mais desejado dos Estados Unidos. Momentos como este — de transição entre cenários — são justamente aqueles em que surgem as melhores oportunidades. Nossa equipe está preparada para identificar essas chances e acompanhar você em cada etapa do processo com total segurança. Entre em contato agora mesmo e converse comigo por WhatsApp: +1 305 761 2655 (Heloisa Arazi).