A recente política de tarifas do governo norte-americano está gerando forte incerteza no mercado imobiliário americano. Em abril de 2025, foi anunciado um imposto de 10% sobre todas as importações, com tarifas que chegam a 50% em alguns países e até 145% sobre produtos específicos da China. Embora parte dessas medidas tenha sido suspensa temporariamente, os produtos chineses — essenciais para o setor da construção — continuam altamente taxados.

Segundo o Florida Tariff Impact Report, o aumento nos custos deve ultrapassar US$ 3 bilhões somente na Flórida, elevando o preço médio de uma casa nova em aproximadamente US$ 10.000. Para os construtores, esse acréscimo não é apenas um detalhe: representa uma alta de cerca de 2,5% no valor final de cada unidade, impacto que inevitavelmente chega ao comprador.

A Manatee-Sarasota Building Industry Association, que reúne construtores locais, calcula que o efeito médio já esteja em torno de US$ 11.000 por imóvel. Embora alguns ainda não sintam os reflexos diretos, há consenso de que o peso financeiro tende a aumentar à medida que as cadeias de fornecimento se ajustam às novas regras.

Tarifas de Trump podem encarecer materiais de construção

A visão nacional: NAHB alerta para custos históricos com tarifas

A National Association of Home Builders (NAHB), entidade que representa o setor em todo o país, alerta que o aumento é generalizado e já supera 34% desde 2020 no preço médio dos materiais de construção — muito acima da inflação.

Segundo a NAHB, aproximadamente 7% de todos os materiais usados na construção nos EUA são importados, sendo que a madeira canadense representa quase um quarto da oferta doméstica. O problema é que este insumo estratégico passou a sofrer tarifas combinadas que já ultrapassam 35%, contra taxas anteriores de apenas 14,5%. Isso tem efeito direto nos custos de estrutura das casas.

Além disso, metais como o cobre chegaram a subir quase 40% num curto espaço de tempo, encarecendo sistemas elétricos, canalizações e eletrodomésticos. Embora os preços tenham recuado parcialmente, permanecem em patamares elevados.

Tarifas de Trump impactam preço dos imóveis na Flórida

Como as novas tarifas afetam compradores e construtoras

O efeito das tarifas não se limita ao valor das casas. Ele cria um ambiente de incerteza generalizada, que afeta toda a cadeia de fornecedores. Muitos fabricantes e distribuidores, diante da dúvida sobre o impacto real dos impostos, elevam preços de forma preventiva para se proteger. Isso significa que, mesmo em materiais nacionais, já se observa aumento de custos. Cobre, aço, madeira canadense e até eletrodomésticos importados estão mais caros, e em alguns casos os preços chegam com reajustes de até 40% antes de se estabilizar.

Construtoras de médio e grande porte ainda conseguem absorver parte desses custos em contratos já fechados, mas alertam que, a médio prazo, os aumentos inevitavelmente serão repassados ao comprador final. Pequenos fornecedores, por sua vez, sentem a pressão imediata, relatando aumentos de até 7% em itens específicos, como telhados, esquadrias e acabamentos.

Inflação e juros: o efeito dominó do tarifaço

O impacto das tarifas não se limita apenas ao aumento do custo de construção e, consequentemente, do preço dos imóveis. O chamado “tarifaço” acaba funcionando como um combustível para a inflação, já que encarece produtos importados em praticamente todos os setores da economia.

Com a inflação em alta, a tendência natural seria o Federal Reserve (o banco central americano) aumentar os juros, o que impacta diretamente o custo de compra do imóvel, para quem quer financiar.

Proprietários em Miami já projetam novo salto nos preços – aumento do chamado ‘delisting’

Um sinal claro de que o mercado imobiliário da Flórida caminha para um novo ciclo de valorização é o movimento recente dos proprietários de imóveis em Miami (vendedores).

Miami lidera o ranking nacional de delistings — imóveis que estavam à venda e foram retirados do mercado. Esse comportamento não acontece por acaso: trata-se de uma estratégia típica de quem acredita no médio e longo prazo.

Muitos vendedores preferem aguardar, convictos de que uma nova onda de valorização está a caminho. Isso reforça a confiança no mercado e mostra que os próprios detentores dos ativos imobiliários estão dispostos a esperar para vender em um patamar mais elevado.

Agora é o momento de comprar

Diante do novo cenário econômico, esperar para comprar um imóvel na Flórida pode sair caro. O aumento dos custos de materiais de construção já é uma realidade e vai se refletir gradualmente no preço final dos imóveis. Ao mesmo tempo, a inflação tende a ganhar força com o impacto das tarifas, o que pode levar a um inevitável movimento de alta nas taxas de juros nos próximos meses.

Hoje, estamos em um ponto de transição: os preços ainda não absorveram totalmente o peso do tarifaço e os juros seguem em patamares mais baixos, já que a inflação ainda não mostrou o repique esperado. Isso significa que o momento atual oferece uma janela única para quem deseja investir ou adquirir uma segunda residência.

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