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Miami sempre foi sinônimo de glamour, praias de águas cristalinas, vida noturna vibrante e um estilo de vida sofisticado. Esse mesmo espírito se reflete no mercado imobiliário da cidade. No universo dos imóveis de luxo e multimilionários, a prática é clara: as transações ocorrem, em sua maioria, à vista — ou cash, como são comumente chamadas. Nesse segmento exclusivo, diferentemente do que costuma ser a praxe do mercado tradicional, o padrão é a compra direta, sem recorrer a financiamento bancário.
De acordo com dados recentes, 53,5% dos imóveis acima de US$ 1 milhão em Miami são adquiridos sem financiamento, em transações feitas inteiramente à vista. E quanto maior o valor da propriedade, maior também a predominância de compradores que dispensam os recursos bancários para fechar negócio.
E o cenário fica ainda mais marcante no topo da pirâmide. Nos imóveis ultraluxuosos, acima de US$ 10 milhões, a predominância do pagamento à vista ganha ainda mais força: quase 60% das transações acontecem sem qualquer financiamento. Quanto maior o valor do imóvel, maior também é a presença de compradores com altíssimo poder de liquidez, que fecham negócios de forma direta, rápida e sem depender de bancos.
E por que os multimilionários preferem a compra ‘cash’, à vista?

Condomínios e casas: recordes históricos
O segmento mais vibrante desse movimento está nos novos empreendimentos de alto padrão em áreas nobres. Só no primeiro semestre de 2025, nada menos que 83% das vendas de condomínios acima de US$ 2.000 por pé quadrado foram feitas à vista — um salto impressionante de mais de 600% no volume de transações em relação a 2019.
E o fenômeno não se limita aos apartamentos de luxo. Entre as casas unifamiliares (as chamadas single-family homes, residências independentes em lotes exclusivos, muito valorizadas por famílias em busca de privacidade e espaço), o cenário é igualmente expressivo: quase 80% das vendas foram realizadas em cash, representando um crescimento espetacular de 1.200% desde antes da pandemia.
O poder da transação ‘Cash’ – à vista
Para os compradores do segmento de luxo em Miami, pagar integralmente por um imóvel é, acima de tudo, uma questão de praticidade e discrição. O pagamento em cash elimina camadas de burocracia e a exposição exigida em processos bancários, permitindo que a negociação seja concluída de forma mais rápida, privada e direta. Com a liquidez já disponível, o financiamento se torna desnecessário, e essa agilidade lhes permite garantir propriedades de alto padrão sem atrasos.
Para compradores internacionais, especialmente aqueles vindos de economias mais voláteis, como as da América Latina, a preferência pelo pagamento à vista é ainda mais estratégica. Comprar sem financiamento permite diversificar ativos e transferir capital para o dólar americano — uma moeda estável e segura — ao mesmo tempo em que protege o patrimônio da exposição aos riscos econômicos de seus países de origem. Nesse contexto, deixar o dinheiro em mercados incertos enquanto se contrai dívida no exterior não faz sentido; o objetivo é justamente transferir os ativos.
Outro fator determinante é a competitividade. Vendedores costumam favorecer ofertas ‘cash’ porque eliminam incertezas, permitem um fechamento mais rápido e não trazem o risco de problemas de financiamento de última hora. Compradores cash têm a vantagem nas negociações, muitas vezes conquistando melhores preços e condições graças à força e ao poder de barganha, em comparação à compradores que preferem financiar.
Compra ‘Cash’: O antídoto contra bolhas imobiliárias
Um dos grandes questionamentos em mercados aquecidos como o de Miami — hoje um dos mais desejados do mundo para investidores — é se haveria sinais de bolha e o risco de uma correção brusca, como ocorreu na crise do subprime. Esse risco, no entanto, é minimizado em Miami pela predominância das compras em cash.
Mercados onde boa parte das transações acontece à vista tendem a evitar a formação de bolhas. Elas não se sustentam onde há dinheiro vivo, mas sim quando são criadas e infladas sobre dívida, ou seja, em cenários de crédito em excesso — e estouram quando os preços dos ativos caem a ponto de não lastrear o valor da dívida. No segmento de luxo em Miami, o mercado está sendo movido pelo dinheiro vivo, o que garante muito mais solidez e reduz de forma significativa o risco de bolhas especulativas.

Aumento do ‘Delisting’: Vendedores tiram imóveis do mercado
Um fenômeno recente em Miami é o crescimento do chamado delisting, quando proprietários decidem retirar seus imóveis das plataformas de venda. Esse movimento costuma ocorrer em cenários em que os vendedores antecipam uma nova alta nos preços, apoiados em fundamentos sólidos do mercado.
A forte presença de compradores cash ajuda a explicar esse comportamento. Diferentemente de mercados como Nova York ou Los Angeles, os vendedores em Miami preferem tirar seus imóveis do mercado a reduzir preços. Os proprietários sabem que seu público comprador tem liquidez imediata e pode agir rapidamente, sem depender de aprovações bancárias.
Os números confirmam a tendência: em julho, para cada 100 novos anúncios na região metropolitana de Miami, 59 foram retirados do mercado — mais que o dobro da taxa registrada em maio.
Nesse ambiente, o cash funciona como um verdadeiro piso para os preços, tornando o mercado de Miami mais resiliente e distante do risco de quedas acentuadas.
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